A inteligência artificial está transformando a indústria da música e, ao mesmo tempo, levantando dúvidas sobre autenticidade e o futuro dos criadores humanos. Hoje, algoritmos já conseguem compor músicas completas, colocando em xeque a forma como entendemos o processo artístico.

O Sunno, por exemplo, cria uma faixa do zero em poucos segundos — com melodia, letra e até um avatar para interpretar a canção. Esse tipo de recurso já se materializou em fenômenos como a banda Velvet Sundown, que conquistou ouvintes antes de revelar ser inteiramente produzida por IA, reacendendo debates sobre transparência no setor.

Mas o impacto vai além da criação. Ao alimentar plataformas de streaming com músicas geradas a partir de bancos de dados, a tecnologia muda também o consumo cultural. Esse excesso de oferta intensifica a competição por remuneração e visibilidade, favorecendo faixas otimizadas para algoritmos em detrimento do trabalho de artistas de carne e osso.

Com o tempo, músicos humanos podem ter dificuldade para se destacar e alcançar novos públicos, à medida que músicas geradas por robôs ocupam cada vez mais espaços de descoberta e playlists.