Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto Ideia em parceria com a revista GQ revelou um panorama complexo da saúde mental masculina no Brasil. O levantamento, que ouviu quase 700 homens, apontou que questões como estresse, ansiedade e depressão são cada vez mais comuns entre os brasileiros. A pesquisa também explorou aspectos como autoestima, cuidados com o corpo, sexualidade e a relação com o machismo, oferecendo um retrato detalhado da saúde mental masculina no país.
Os dados são superlativos: 83% dos homens já vivenciaram o estresse, 74% a ansiedade e 34% a depressão. As principais causas apontadas foram o endividamento e a insatisfação profissional. Curiosamente, apesar desse cenário desafiador, a autoestima masculina é significativa, com 47% se considerando bonitos. No entanto, essa autopercepção positiva não se traduz em uma busca desenfreada por procedimentos estéticos, já que apenas 13% considerariam a cirurgia plástica e 9% o botox.
A pandemia e as incertezas do momento presente parecem ter impulsionado a busca por bem-estar integral entre os homens. Enquanto 16% já experimentaram a terapia e 65% se mostram abertos a ela, evidenciando um avanço na busca por saúde mental, a saúde física também se destaca como uma preocupação. 89% relataram dores de cabeça e 82% dores nas costas, indicando a necessidade de cuidados em ambas as esferas. A pesquisa ainda revela desigualdades, com homens de classes mais altas apresentando maior índice de atividade física.
O levantamento igualmente aprofundou a discussão sobre a sexualidade masculina. 25% dos entrevistados enfrentam dificuldades de ereção e 33% lidam com ejaculação precoce.
Outro foco relevante foi a percepção dos homens sobre as mulheres. Enquanto a maioria observa qualidades femininas, como inteligência e talento profissional, 44% rejeitam o movimento feminista, contrastando com os 34% que o apoiam.
A pesquisa também analisou o comportamento dos homens mais jovens. Eles são mais propensos a enviar nudes e consumir pornografia. Por outro lado, é a faixa etária que menos valoriza o sexo físico. Além disso, também são os mais resistentes a buscar terapia. A taxa de estresse entre os jovens alcança 89% desse grupo etário. Apesar disso, 25% deles não procurariam ajuda especializada.