Artitude, zentusiasmo e aventurismo

E o bardo se foi. Seu último disco, “American IV: The Man Comes Around”, é um dos mais interessantes que escutei nos últimos anos.

Nesse projeto, que já tinha rendido outros três volumes, ele resgata várias gemas do rock. No último, ele regravou o hino da autocomiseração do Nine Inch Nails: “Hurt”. Os versos “I hurt myself today / To see if I still feel / I focus on the pain” nunca soaram tão pungentes. 

Não há como escutar a voz de Cash e não ficar condoído. É o que distingue o cantor do interprete. A dor, que não necessariamente é nossa, nos é transmitida pela voz do outro (e nós a compartilhamos). 


Seu disco mais recente traz outro grande acerto. A regravação de “Personal Jesus”, do Depeche Mode. Em relação às regravações anteriores, outro ponto alto é
 “One”, do U2.  A voz de Cash explicita que a técnica vocal não é o fator mais importante, mas a emoção que transmite. 

O cantor morreu em um momento de redescoberta do público. Na Amazon, vários de seus discos estão entre os mais vendidos. Ademais, o clipe de “Hurt” foi indicado em várias categorias da premiação da MTV americana.

“American IV: The Man Comes Around” não é o capítulo final da obra de Cash. Rick Rubin, produtor dos últimos discos, afirmou que há ainda muito material a ser lançado.

Pesquisar este blog

Tecnologia do Blogger.