Artitude, zentusiasmo e aventurismo

 "Se você se apega a uma crença, é difícil ver a evidência contrária e reconhecer que está equivocado. Se é capaz de reconhecer o erro, o próximo passo é admiti-lo publicamente, o que envolve outras apostas: serei humilhado, as pessoas aceitarão o erro, terei de pagar por isso?  Por razões culturais, associamos erro a estupidez, irresponsabilidade, preguiça ou falta de esforço."

Kathryn Schulz, no livro "Por que Erramos?", nos mostra como o erro é fundamental para o aprendizado. Ao errar, somos forçados a reavaliar nossas ideias e a construir novas perspectivas. Já o acerto, por confirmar nossas crenças, muitas vezes impede que busquemos novas informações e evoluamos.

Para ela, erramos porque nossos sentidos nos enganam. Ilusões de ótica e a cegueira automática demonstram como percepções podem estar equivocadas. Além disso, somos seres sociais e nossas crenças são moldadas pelas pessoas ao nosso redor. Essa combinação de fatores nos torna suscetíveis a erros de julgamento.

A autora defende que há diferentes tipos de erros. Em alguns, há negligência ou má intenção. Nesses casos, o perdão não anula a responsabilidade pela ação.

Schulz salienta que o problema não está em errar, mas em como lidamos com isso. Insistir em estar certo, mesmo diante de evidências contrárias, pode gerar conflitos e prejudicar relacionamentos. É a negação do erro, e não o erro em si, que causa danos.

A falibilidade humana é inerente a qualquer atividade. A distinção entre o certo e o errado pode ser complexa e mutável ao longo do tempo. A atribuição de culpa a indivíduos, em detrimento da análise sistêmica, dificulta a identificação das causas profundas dos erros e a implementação de medidas corretivas eficazes.

O problema é que a vida digital potencializou a necessidade da retidão. O êxito (externo) vira cobrança pessoal. A conquista só é válida quando desperta a atenção dos demais. A atitude, tão louvada no discurso, só vale quando legitimada pelo coletivo. A virtude requer plateia. 

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