Um prédio que já está de pé poderia ser ecológico? É o que pensa Cameron Sinclair, criador da Architecture for Humanity, ONG que revitaliza locais afetados por tragédias naturais. Afinal, por que construir do zero quando podemos dar nova vida a estruturas já existentes?
A AH promove a colaboração global através da Open Architecture Network, uma plataforma online que reúne projetos arquitetônicos de código aberto. Essa iniciativa permite que arquitetos, designers e construtores compartilhem seus conhecimentos e criem soluções inovadoras para desafios como a falta de moradia e o desenvolvimento sustentável.
Muitas vezes, pontua Sinclair, a construção mais sustentável não é a que utiliza materiais inovadores ou tecnologias de ponta, mas sim a que reaproveita o que já existe.
Além disso, ao pensar em novas construções, é fundamental considerar a utilização de materiais locais e sustentáveis. Materiais como bambu e palha, por exemplo, possuem uma rica tradição construtiva em diversas culturas e são uma excelente opção para regiões propensas a desastres naturais. Além de serem ecologicamente corretos, esses materiais são facilmente encontrados e trabalháveis, gerando menos impacto ambiental e fortalecendo a economia local.
No entanto, é preciso ter cuidado com a escolha dos materiais. Alguns, como determinadas colas, podem liberar substâncias tóxicas em contato com a água, transformando-se em um risco à saúde e ao meio ambiente. A inovação na construção deve buscar soluções simples e eficazes, que utilizem materiais seguros e duráveis, capazes de resistir às adversidades climáticas.